7 Principais Casos de Uso de NFT

Por 12/09/2021
12/09/2021


O enorme interesse em tokens não fungíveis impulsionou o setor de colecionáveis cripto e arte NFT. Esses são dois dos casos de uso mais notáveis no ecossistema DeFi, mas não são as únicas aplicações. A escassez e a exclusividade de cada unidade, tornam os tokens não fungíveis uma ótima ferramenta para ativos do mundo real, logística, royalties de música e muito mais. À medida que o setor de NFTs amadurece, é provável que tenhamos uma maior adoção e que mais projetos experimentem diferentes de casos de uso.

Introdução

Antes dos tokens não fungíveis, criar escassez digital para ativos era algo incrivelmente difícil. Embora exista a proteção proveniente dos direitos autorais em vigor, o processo de copiar ou piratear arte digital é relativamente fácil para os consumidores.

O desenvolvimento dos NFTs introduziu a cripto arte e os colecionáveis digitais, mas isso não é tudo. Desde o setor de imóveis à logística, você pode usar NFTs para provar a autenticidade de inúmeros bens e colecionáveis.

Embora o ecossistema NFT ainda seja novo, existem muitos projetos interessantes para explorar e alguns já estão gerando grande valor para os criadores e consumidores.

Os tokens não fungíveis ajudaram a resolver antigos problemas de escassez para artes digitais. Como preservar a raridade de uma arte virtual quando é possível copiá-la digitalmente? Embora também exista arte falsificada no mundo real, geralmente é mais fácil de identificá-las.

O valor da cripto arte está, principalmente, na possibilidade de verificar sua autenticidade e propriedade digitalmente. Embora qualquer um possa visualizar um CryptoPunk na blockchain Ethereum e até fazer o download de sua imagem, isso não é suficiente para provar a propriedade do NFT.
Por exemplo, o artista digital anônimo Pak, criou uma série de NFTs. Todas as unidades são idênticas exceto pelo nome. Com nomes como "The Cheap", "The Expensive" e "The Unsold", Pak atribuiu um valor diferente a cada peça, conforme o título. Em português, os eles significam "O Barato", "O Caro" e "O Não Vendido", respectivamente. A coleção nos faz refletir sobre o que dá valor a uma obra de arte.

Quando se trata de NFTs, o valor não está necessariamente relacionado à arte correspondente. Às vezes, o fator mais importante é a capacidade de provar a propriedade de um ativo específico. Esse aspecto é o que torna a cripto arte um dos casos de uso mais populares dos NFTs.

NFTs Colecionáveis

Seja um coelhinho Bunny do PancakeSwap ou um Binance Anniversary NFT, há uma enorme demanda por colecionáveis digitais. A série de cartas NFT colecionáveis da NBA, NBA Top Shot, é um exemplo de projeto de sucesso.
Juntamente com os NFTs de obras de arte, esses tokens não fungíveis representam uma proporção significativa das vendas nos Marketplaces de NFT, como o Opensea, o BakerySwap e o Treasureland. A cripto arte é muito versátil. Um NFT pode ser, ao mesmo tempo, um colecionável e uma obra de arte. Esses dois casos de uso são os mais predominantes atualmente.

O primeiro tweet de Jack Dorsey é um excelente exemplo de NFT colecionável. Um CryptoPunk se enquadra na categoria de colecionável e de arte digital. Já o NFT de Dorsey tem seu valor puramente associado à categoria de colecionável.

Dorsey vendeu o NFT usando Valuables, uma plataforma usada para tokenização de tweets. Você pode criar uma oferta para qualquer tweet. Qualquer um pode fazer uma contra-oferta e superar o seu lance. Então, cabe ao autor do tweet aceitar ou rejeitar cada oferta. Se o autor aceitar, o tweet será emitido na blockchain como um NFT exclusivo, contendo seu autógrafo.

NFTs para Finanças

Lembre-se, nem todo NFT tem seu valor associado à uma imagem, música ou item colecionável. No setor de finanças descentralizadas (DeFi), os NFTs também oferecem benefícios exclusivos. A maioria deles também tem obras de arte, mas seu valor está associado à sua utilidade.
Por exemplo, a JustLiquidity oferece um modelo de staking NFT. Um usuário pode fazer staking de um par de tokens em um pool por um período. Então, ele recebe um NFT que lhe fornece acesso à próxima pool. O NFT atua como um bilhete de entrada e é destruído assim que você participa do novo pool. Este modelo cria um mercado secundário para esses NFTs com base no acesso que eles fornecem.

Outro exemplo são os NFTs de combos de alimentos da BakerySwap, que fornecem recompensas de staking aprimoradas para seus holders. Ao contribuir com BAKE, você recebe um "combo NFT" que lhe fornece poder de staking. Os usuários especulam sobre esses combos, os vendem no mercado secundário ou usam para obter rendimentos com staking. Essa combinação de NFTs com gamificação e o setor DeFi cria outro caso de uso interessante para os tokens não fungíveis.

NFTs para Jogos

Os jogos têm uma grande demanda por itens exclusivos que possam ser negociados e comprados. A raridade do item afeta diretamente seu preço e os jogadores já estão familiarizados com a ideia de itens digitais valiosos. As microtransações e as compras no jogo criaram uma indústria de jogos multibilionária que aproveita dos benefícios dos NFTs e da tecnologia blockchain.

É também um caso de uso interessante, considerando o que um NFT representa. Os tokens para videogames combinam aspectos de arte, coleção e utilidade para os jogadores. No entanto, quando se trata de videogames com orçamentos mais altos, a implementação de NFTs ainda está bem distante.

Enquanto isso, outros projetos já incorporam a tecnologia blockchain em seus jogos. O Axie Infinity e o Battle Pets são jogos no estilo de Pokémon com animais de estimação (pets) e itens negociáveis. Também é possível comprar e vender esses tokens em mercados externos (vendas peer-to-peer). 

Em muitos casos, os NFTs para jogos são apenas cosméticos, mas muitos também têm utilidade. Cada pet do Axie tem um conjunto de habilidades usadas para batalhar. Essas habilidades também afetam o valor do pet nas negociações. Um CryptoKitty pode ser extremamente valioso dependendo de seus atributos de reprodução. O valor de cada pet depende de uma combinação de fatores e sua respectiva raridade como aparência, características e utilidades. No exemplo abaixo, não vemos apenas um aspecto raro desejado, mas múltiplos.

NFTs para Músicas

Como o caso de NFTs de imagens ou vídeos, também é possível anexar áudios a um NFT para criar uma peça musical colecionável. É como se fosse uma “primeira edição” digital de um disco. O processo para vincular uma música a um NFT é semelhante ao nosso exemplo de arte, mas existem outros casos de uso.

Um grande problema para os músicos é obter uma parcela justa dos royalties. Mas há pelo menos duas maneiras possíveis de se obter um resultado justo: plataformas de streaming e rastreamento de royalties - ambos com uso da tecnologia blockchain. Competir com a Amazon Music ou o Youtube por serviços de streaming é uma tarefa difícil para pequenos projetos de blockchain. Mesmo quando um gigante como o Spotify comprou uma solução de royalties blockchain chamada MediaChain, em 2017, não houve benefícios reais para os artistas.

Geralmente, projetos menores acabam trabalhando com artistas independentes. A Rocki na Binance Smart Chain, oferece aos artistas independentes uma plataforma para venda de royalties e transmissão de músicas. A primeira venda de NFT de royalties na plataforma gerou 40 ETH para 50% dos royalties, usando o padrão de token ERC721.

Se esse modelo se tornará mais popular ou não, dependerá de sua adoção por empresas maiores de serviços de streaming. A combinação de música com NFTs é uma excelente ideia, mas é uma aplicação que, sem o apoio das gravadoras, pode encontrar dificuldades para alcançar sucesso.

NFTs para Ativos do Mundo Real 

O vínculo de ativos do mundo real com NFTs representa a digitalização da maneira como comprovamos a propriedade de um item. Por exemplo, no setor imobiliário, normalmente lidamos com títulos de propriedade físicos. A criação de ativos digitais tokenizados dessas escrituras pode mover itens altamente ilíquidos (como uma casa ou terreno) para a blockchain. Até o momento, no entanto, não houve apoio significativo para essa aplicação por parte dos órgãos reguladores do setor. É uma opção que ainda está em desenvolvimento, mas pode ser uma realidade no futuro.

Em abril de 2021, Shane Dulgeroff criou um NFT representando uma propriedade à venda na Califórnia. Ele também tem uma peça de arte cripto anexada ao token. O vencedor do leilão receberá o NFT e a propriedade da casa. No entanto, os detalhes relacionados à situação jurídica da venda e os direitos do comprador/vendedor são incertos.

Quando se trata de itens menores, como joias, um NFT pode ajudar a provar a propriedade legítima em uma revenda. Por exemplo, um diamante genuíno geralmente vem com um certificado de autenticidade. Este certificado também é uma forma de provar que você tem os direitos de propriedade. Qualquer pessoa que tentar revender o item sem o certificado não poderá confirmar sua autenticidade e terá problemas para convencer os compradores de que é o(a) legítimo(a) proprietário(a).

O mesmo conceito se aplica aos NFTs. Ao associar um NFT a um item, a simples propriedade do NFT pode ser tão importante quanto a posse do ativo. Você pode até incorporar o NFT em um item com uma carteira física de armazenamento à frio (cold wallet). Com o desenvolvimento da Internet das Coisas, provavelmente veremos mais NFTs sendo usados para representar ativos do mundo real.

NFTs para Logística

A tecnologia Blockchain também pode ser útil no setor de logística, principalmente por sua imutabilidade e transparência. Essas propriedades garantem que os dados da cadeia de suprimentos sejam autênticos e confiáveis. Para a indústria de alimentos, commodities e outros bens perecíveis, é importante saber onde eles estiveram e por quanto tempo.

Um NFT também tem o benefício de representar uma unidade exclusiva de qualquer item. Podemos usar um NFT para rastrear um produto que contém metadados sobre suas origens, seu histórico e a localização do armazém/depósito. Por exemplo:

  • Imagine um par de sapatos de luxo de alta qualidade criado em uma fábrica na Itália. Ele é atribuído a um NFT, então é possível escanear rapidamente a sua embalagem.

  • São incluídos os metadados com registros de data/hora e local de criação dos sapatos.

  • Conforme o produto passa pela cadeia de suprimentos, o NFT é escaneado e novos metadados de data/hora são adicionados. Os dados podem incluir a localização do armazém e a hora de chegada e saída do item.

  • Assim que os sapatos chegarem ao destino final, a loja pode digitalizá-los e marcá-los como recebidos. Dessa forma, um histórico detalhado e preciso estará disponível, permitindo confirmar a autenticidade dos sapatos e consultar a sua jornada logística.

Existem muitas maneiras hipotéticas de implementar NFTs na cadeia de suprimentos. Todas elas, porém, exigem que cada etapa da cadeia use a mesma infraestrutura. Com tantos participantes diferentes envolvidos globalmente, implementar esses sistemas na vida real pode ser um grande desafio. Existem poucos casos de uso desse tipo atualmente. 

Atualmente, o sistema TradeLens da MAERSK e o Foot Trust da IBM são dois exemplos de grandes soluções de logística com base em blockchain. Ambos usam a Hyperledger Fabric, uma blockchain da IBM com suporte para uso de NFTs. No entanto, não está claro se os NFTs desempenham uma função em suas operações.

Considerações finais

Com o crescimento da popularidade dos NFTs, é bem provável que apareçam ainda mais ideias e casos de uso no futuro. Atualmente, nem toda aplicação de NFTs teve tempo suficiente se desenvolver completamente. Muitos casos são pequenos projetos ou uma ideia em estágios iniciais. Alguns podem acabar não sendo práticos ou populares. No entanto, para questões mais fundamentais e diretas, como a propriedade de escassez itens colecionáveis e obras de arte, os NFTs certamente vieram para ficar.

Fonte: binance academy
 
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