O Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, anunciou mais um avanço em seu plano no mercado de criptomoedas e agora os clientes podem depositar e retirar os criptoativos para contas externas.

"Agora você pode trazer suas criptos para o Mercado Pago sabendo que, quando quiser, pode retirar. É possível vender, comprar, receber e transferir para qualquer lugar. Tudo isso com segurança e em poucos passos pelo app", destacou o anúncio da empresa.

O Mercado Livre começou a oferecer serviços de compra e venda de criptomoedas há cerca de 1 ano, quando também anunciou a incorporação de BTC em seu patrimônio. Cerca de 10 meses depois destas ações o ML anunciou o lançamento de uma criptomoeda própria, a Mercado Coin cuja proposta é fidelizar os clientes ao ecossistema do Mercado Livre.

A empresa destacou que ainda não será possível transferir a Mercado Coin para uma wallet externa, porém a perspectiva é que a transferência para endereços externos seja liberada em breve.

Nesse primeiro momento o Mercado Livre também revelou que não há benefícios para os vendedores da plataforma já que a Mercado Coin é uma ferramenta para incentivar a compra pelos usuários, mas no futuro há planos para integrar todo o ecossistema.

A criptomoeda também pode ser combinada com outras formas de pagamento na hora do pagamento, ou seja, o usuário poderá pagar pelos produtos parte com a Mercado Coin e com outras formas de pagamento como cartões de crédito.

Recentemente a emissora de stablecoins Circle anunciou uma parceria com o Mercado Livre em 29 de agosto para lançar o USD Coin (USDC) no Chile através do Mercado Pago.

Investidores institucionais aderem cripto

O movimento do Mercado Pago no mercado de criptomoedas, segue uma tendência global de cada vez mais empresas e investidores institucionais ampliarem sua exposição aos criptoativos. 

Uma recente pesquisa da EY-Parthenon com mais de 250 instituições, divulgada em maio, mostrou que investidores institucionais "estão mantendo o curso e não estão se afastando dos ativos cripto/digitais, mas estão abordando seus investimentos cuidadosamente com um otimismo educado e moderado.

A esmagadora maioria das instituições acredita nos benefícios de longo prazo dos ativos criptográficos/digitais". A maior fonte de preocupações ainda é a incerteza regulatória, a segurança e confiabilidade das exchanges, segundo a pesquisa. 

As instituições veem valor na capacidade de diversificar ativos, bem como no potencial de retornos assimétricos ao investir em ativos criptográficos/digitais. Trinta e cinco por cento dos entrevistados observaram que alocam de 1% a 5% em ativos digitais e/ou produtos relacionados, com 60% dos entrevistados indicando que alocam mais de 1% de seu portfólio em ativos digitais e/ou produtos relacionados.

Embora os entrevistados com menos ativos sob gestão (AUM)/ativos sob administração (AUA) tendam a alocar uma parcela maior de seu portfólio a esses produtos, foi digno de nota que 45% das instituições com mais de US$ 500 bilhões em AUM responderam que alocam mais de 1% de seu portfólio, sugerindo um grande volume de capital investido no espaço por investidores institucionais tradicionais.

A América Latina aderiu a essa onda com força. De acordo com o relatório Geografia das Criptomoedas 2022, da Chainalysis, a América Latina é o sétimo maior mercado de criptomoedas do mundo. Entre julho de 2021 e junho de 2022, os latinoamericanos adquiriram cerca de US$ 562 bilhões em criptomoedas, o que representa alta de 40% frente ao ano anterior. Dos trinta principais países no índice de criptomoedas, cinco estão na América Latian, incluindo o Brasil na 7º posição.

A pesquisa da EY-Parthernon mostra que o que mais atrai os investidores para os criptoativos é a possibilidade de diversificar seus portfólios e o potencial de retornos assimétricos ao investir em ativos criptográficos/digitais. Dos cerca de 250 entrevistados, 35% disseram alocar de 1% a 5% em ativos digitais ou produtos relacionados - sendo que 60% disseram que alocam mais de 1% de seu portfólio em ativos digitais e/ou produtos relacionados.

"Embora os entrevistados com menos ativos sob gestão ou administração tendam a alocar uma parcela maior de seu portfólio nesses produtos, foi digno de nota que 45% das instituições com mais de US$ 500 bilhões responderam que alocam mais de 1% de seu portfólio, sugerindo um grande volume de capital investido no espaço por investidores institucionais tradicionais".

Fonte: cointelegraph