O mercado de criptomoedas explicado pelas Gerações de Blockchain

Por 13/08/2021
13/08/2021


O mercado de criptomoedas teve seu início com o lançamento do Bitcoin, primeira moeda digital que efetivamente saiu da bolha do universo nerd/alternativo e conseguiu, depois de muita desconfiança, ultrapassar as barreiras do ceticismo criando raízes profundas no mundo moderno. Inclusive, fazendo com que todos os governos mundiais tenham que se adequar a esse fenômeno que outrora era motivo de desprezo e chacota.

O Bitcoin foi quem melhor utilizou e aplicou os conceitos e usos de um Blockchain e o sistema de validação descentralizado chamado Proof-Of-Work (Prova de Trabalho). Trazendo aqui um conceito breve sobre Blockchain, antes de entrar no tema:

“Blockchain é uma cadeia de blocos interligados, como se fosse um grande banco de dados aberto (open source), sendo possível acompanhar e verificar todos os registros que estão sendo realizados.”

1ª Geração Blockchain – BITCOIN (BTC)

Agora sim, entrando nas gerações do Blockchain, a primeira Geração é a de 2009 e como não poderia ser diferente é a do Bitcoin (BTC)Criado após a crise de 2008 que jogou o mundo numa crise sem precedentes e depois de ver mais uma vez os governos emitindo dinheiro de forma desenfreada gerando mais inflação e desvalorizando ainda mais o dinheiro fiduciário (Dólar/Real/Euro).

Pensando em algo para se rebelar contra esse sistema falido, Satoshi Nakamoto (que pode ser um grupo, um homem ou mulher), criou o Bitcoin cujo título no White Paper é “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System” que em tradução livre quer dizer “Sistema eletrônico de dinheiro Pessoa para Pessoa. A ideia era ser uma moeda descentralizada (independente de governos), finita (quantidade limitada de emissão), altamente criptografada (praticamente impossível fraudar/hackear) e que ficasse longe das interferências de políticos e governos.

Essa primeira geração Blockchain, que veio por meio do Bitcoin, trouxe o conceito do que chamamos de escassez digital, pelo fato de ser uma criptomoeda finita. Além disso, foi escolhido o sistema Proof-Of-Work (prova de trabalho) para validar as transações, onde os mineradores (validadores) validam as transações após conseguirem resolver cálculos matemáticos complexos e para isso recebem recompensas por isso em Bitcoin.

Mas, como toda construção/inovação, alguns problemas foram sendo identificados por usuários, mineradores e especialistas, sendo um deles o tempo para validação dos blocos que são de 10 minutos. Pensando em utilização no dia a dia, 10 minutos é muita coisa; Outro ponto muito explorado pelos inimigos do Bitcoin é o gasto para mineração (Energético e Computacional), segundo “especialistas” o consumo de energia é absurdo e insustentável; Outra questão é a impossibilidade de desenvolvimento de outras aplicações dentro do Blockchain, e isso dá origem a segunda geração.

2ª Geração Blockchain – ETHEREUM (ETH)

A segunda geração tem início em 2005 com o advento da Ethereum (ETH), trazendo algumas inovações fundamentais para o futuro das criptomoedas e da usabilidade da tecnologia Blockchain. O principal avanço foi com a ideia e inovação dos Smart Contracts (contratos inteligentes) e a possibilidade de desenvolvimento dos DAaps (Aplicativos descentralizados) que deu origem à diversas outras possibilidades no universo das criptomoedas, sendo hoje a Ethereum a base do mercado de criptomoedas, tokens e do universo DeFi (Finanças Descentralizadas), cada vez mais atrativo para os investidores institucionais.

Apesar dessas inovações sensacionais, a ETH continua utilizando o Proof-Of-Work (que está neste momento em processo de mudança para Proof-Of-Stake com a recente atualização da rede) e, pelo tamanho da rede, os gastos para as transações ficaram muito altos, praticamente inviabilizado em alguns casos. Diante desses problemas apresentados, surge então a terceira geração.

3ª Geração Blockchain – POLKADOT (DOT)

Essa terceira geração iniciada em 2020 tem como referência a criptomoeda Polkadot. Como toda geração, ela visa contribuir e atacar os principais problemas das gerações anteriores, nesse caso foram a escalabilidade, velocidade das transações e o custo. Além disso, ela vem com uma mudança central e fundamental que foi a implantação do sistema de validação do Proof-Of-Stake (prova de participação), onde quem possui mais moedas tem mais chance de ser selecionado (de acordo com as definições do algoritmo) para validação das transações.

Outra possibilidade absolutamente disruptiva e que terá um impacto gigante para o futuro do universo das criptomoedas, foi a possibilidade de interoperabilidade entre blockchains, que nada mais é do que a possibilidade de você fazer transações entre Blockchains, situação que hoje não é possível. Como exemplo, você não consegue estabelecer uma comunicação direta entre o blockchain do Bitcoin com o da Ethereum.

CONCLUSÃO

Então, quando pensamos em evolução do mercado de criptomoedas em relação às gerações dos blockchains essa é a visão até aqui, com certeza esses avanços precisarão ser testados com o tempo para ter a sua efetividade comprovada, mas uma coisa é certa, cada dia que passa esse ecossistema fica mais interessante, mais sólido e despertando o interesse dos gigantes do mercado, que irão, claro, querer uma fatia desse bolo também.


RODRIGO PEREIRA

Agosto/2021

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